6.7.12

Das Paixões

Mais de dois anos sem publicar nada no Sanctuarium, eis me de volta para falar para ninguém. Ou, quem sabe, para você que lê. O texto abaixo foi publicado na edição nº 2640 do jornal Diário Regional, nesta quinta-feira, 05/07/2012.

Das Paixões

O ser humano é movido por paixões. Elas se manifestam em diferentes graus nas pessoas, variando de acordo com uma infinidade de fatores que, para explicá-los, presisaríamos de um antropólogo e um psicólogo, no mínimo. Leigo que sou, fico apenas nos meus pensamentos pessoais, olhando abismado e sem entender.

Eu também as tenho. Elas, as paixões. Sei bem como elas se manifestam, mas elas não me dominam. Claro, também tenho meus momentos de êxtase e catarse quando desfruto do prazer que elas proporcionam. Até aí, tudo bem, cada um na sua.

Mas o que me intriga – e incomoda mesmo – é ver como algumas pessoas deixam essas paixões dominarem suas existências. Enquanto batem no peito e gritam palavras repetidas à exaustão, 14 milhões de pessoas no Brasil continuam analfabetas, segundo dados do censo 2010 do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apenas 55,4% dos 57,3 milhões de domicílios são ligados à rede de esgoto, segundo o mesmo IBGE.

Tudo bem, com tantos problemas e dificuldades na vida, é saudável ter algo a que se apegar, um motivo para se alegrar, um estímulo, uma paixão. O triste é ver que isso é a coisa mais importante da vida de muitas pessoas.

Educação, trabalho, eleições? Ah, isso é tudo muito chato! Que abram-se as cortinas! Ou que soltem os leões!