28.4.08

Globo e você. Tudo a Ver!

Domingo, 27 de abril. Enquanto eu saia do show do Arnaldo Antunes na Virada Cultural (em breve fotos e comentários), vi essa cena que pode ter um significado forte. Um homem, aparentemente morador de rua, encostado no carro de reportagens da maior empresa de comunicação do país. Se pensarmos o quanto a tal empresa influência em todos os aspectos da vida social do Brasil essa imagem pode ganhar um significado mais forte.

O personagem é mais uma das muitas pessoas que passavam quase despercebidas nas esquinas e praças do centro de São Paulo enquanto a cidade se divertia.

Quando vi a imagem só uma frase me passou na cabeça: "Globo e você, tudo a ver!"

25.4.08

Me Gustán las Muchachas Putanas - Mario Bortolotto

Achei esse vídeo no Ma Passion Rouge da Gabriela, que eu gosto muito de ler. Até já comentei sobre o modo que ela escreve com minha parceira Jô. Gabriela, somos seus fãs.

O vídeo é do dramaturgo, ator e putanheiro Mario Bortolotto. Muito louco. E eu sou mesmo um ignorante por não conhecer esses caras.

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Na vitrola Baby, I'm Gonna Leave You - Led Zeppelin

23.4.08

Elas dão o show

Como fiquei um pouco ausente devido aos trabalhos e coisas mais, nem comentei sobre os recentes shows que cobri. Então abaixo tem algumas fotos dos shows recentes.

Paula Toller: SESC Santo André, 12/04/08.
Nunca fui fã do Kid Abelha, menos ainda da Paula. Mas gostei do último disco solo dela, por isso propus a cobertura desse show. É muito água-com-açúcar pro meu gosto, mas valeu pela experiência. Ah, um comentário machista e babaca é necessário: como ela é gostosa!
Within Temptation: Espaço Lux, São Bernardo do Campo, 13/04/08.
Agora sim pisando em terreno que eu conheço bem. Conheci o WT logo que lançaram o primeiro álbum, em 1997, e desde então gosto muito do grupo, apesar do último disco estar muito comercial, bem parecido com o Evanescence. O show foi muito bom, o local estava lotado e eu conversei com gente que tinha vindo de SC, MG, RJ e até da Bahia! O público estava muito animado e era visível a alegria da vocalista Sharon den Adel.

A abertura do WT foi feita por uma banda do Rio muito bacana, Hydria. Também com uma vocalista e além disso com uma bela guitarrista. Desde que eu cobri um show da Pitty eu entendo cada vez mais esse lance de 'groupie'...

Lindo não?! Ou melhor, lindas não? Todas elas!

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Na vitrola La Mariposa - Los Laikas & Marili Machado

"Vozes Inocentes"

Quando se pensa em filme de guerra, provavelmente vem à mente algum filminho norte-americano em que um super-soldado-herói salva a pátria e os companheiros, livrando o país e o mundo dos homens maus.
A visão dos filmes sempre é dada pelos homens adultos e raramente a visão de uma mulher ou de uma criança é retratada. Em "Vozes Inocentes" o diretor Luis Mandoki conta a impressionante e triste história do garoto Chava, 11 anos, que vive entre o desespero e a tensão da guerra civil que devastou El Salvador nos anos 80.
O impressionante da história é o fato de ter sido baseada na vida de Oscar Orlando Torres, roteirista do filme que aos 12 anos foi levado aos Estados Unidos para escapar da guerra. O longa se passa entre as sujas e pobres favelas de El Salvador, iguais aquelas que vemos aqui mesmo, do nosso lado. Chava, interpretado pelo garoto Carlos Padilla, vê seus amigos serem levados pelo exército para se tornarem soldados assassinos.
Todos os garotos quando completavam 12 anos eram levados pelo exército para se incorporarem aos pelotões. Chava e alguns amigos resolvem se unir à guerrilha da qual fazia parte seu tio, mas a tentativa de se mostrar contra a selvageria pela qual passava seu povo foi infrutífera.
O filme traz momentos de ternura em família e até do primeiro amor entre o pequeno Chava e Cristina Maria (Xuna Primus), a filha da professora, mesclado com bombardeiros, morte e medo.
"Vozes Inocentes" é um filme forte por ter o cheiro da verdade e do medo também.
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Assisti esse filme nesta segunda-feira, 21, gratuitamente no SESI Santo André. O povo reclama que não tem o que fazer, mas é só procurar, porque atividades sempre têm.

18.4.08

Só tirando o pó

Olá, como vai, tudo bem (imitar o modo anasalado de falar do Paulo Henrique Amorim)? Só vim aqui para tirar o pó e responder um jogo que me passaram. Dona Bel, excelentíssima Professora (com "P" maiúsculo) de história, que me convidou a contar quais são as oito coisas que eu gostaria de fazer antes do meu dia derradeiro. Questão difícil. Primeiro porque geralmente não pensamos muito na nossa própria morte. O meu problema é pensar demais na vida.

Mas então vou entrar na brincadeira e pensar em oito coisas que eu gostaria de fazer:

1 - Acompanhar em turnê, como fotógrafo oficial, alguma banda que eu goste muito. Já pensou eu fazendo um 'tour book' do Heaven and Hell? Milhares de fotos do Tony Iommi e do Dio, tomar umas com eles e aproveitar tudo que uma grande banda em turnê tem de bom (leia-se dinheiro, drogas, álcool e aquela outra coisa, como chama mesmo? Séquiço, acho que é isso). Já que eu sou frustrado como músico, quem sabe assim dá.

2 - Viajar, na base do mochilão, pela América Latina e Europa. De preferência sem passar naqueles lugares que todo mundo passa. Balada alternativa, lugares loucos, sem badalação, com poucos turistas perdidos.

3 - Mochilão Parte 2: uns meses pra conhecer as melhores, mais perservadas e desertas praias do país. Sim, do nosso.

4 - Morar um tempo na Europa. Alemanha é uma boa.

5 - Conseguir ler o maior número possível de livros e lembrar de todos.

6 - Ter uma promissora carreira como fotógrafo, montar um estúdio, ganhar dinheiro e trabalhar pouco.

7 - Falar fluentemente inglês, alemão e francês.

8 - Conseguir fazer tudo isso antes do fim.

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Na vitrola The Shining - Black Sabbath

9.4.08

Rolling Stones - Shine a Light

Faltou Brilho
Estreou nos cinemas brasileiros na última sexta-feira, 04, o tão comentado documentário “Shine a Light”, sobre os Rolling Stones. Dirigido por Martin Scorsese, o filme traz uma apresentação do lendário grupo inglês no Beacon Theatre, em Nova York, gravado em 2006, durante a turnê “A Bigger Band”.

Logo no início do filme são mostrados pequenos desentendimentos entre o diretor do longa-metragem e os integrantes do grupo. Primeiro é Mick Jagger que questiona e reclama sobre o palco, depois é Scorsese quase desesperado tentando conseguir do grupo a lista com o repertório das apresentações, para que seja feita a marcação das câmeras. A lista só aparece na mão do diretor momentos antes do grupo subir ao palco.

Após uma apresentação feita pelo ex-presidente Bill Clinton, os Stones começam o show com o clássico “Jumpin’ Jack Flash” e na tentativa de dar a sensação de movimento ao vídeo, Scorsese escolhe os cortes rápidos de câmera, o que mal deixa o espectador ‘perceber’ a cena. Esse tipo de recurso é muito usado em diversos DVDs de shows e sempre cansa.

Conforme o show vai se desenvolvendo os enquadramentos também mudam. Dos quadros fechados e cortes rápidos para planos mais abertos e cortes lentos, o que proporciona maior possibilidade de perceber os detalhes da imagem, do local e dos próprios músicos.

Jack White, vocalista e guitarrista do grupo White Stripes, é o primeiro convidado a subir ao palco. Com a expressão de criança feliz que ganhou presente do Papai Noel, White canta e toca violão com o grupo em “Loving Cup”. E o músico não fez feio. O segundo convidado é o guitarrista ícone do Blues Buddy Guy. Junto com os Stones, Buddy toca “Champagne & Reefer”, clássico de Muddy Waters. Ao final da música Keith Richards lhe dá de presente a guitarra que estava usando.

A terceira participação especial pode deixar alguns fãs desconfiados. Trata-se da cantora Christina Aguilera. Que a cantora tem uma voz forte, isso é verdade, mas sua participação em “Live With Me” é descartável. Parece que Jagger gostou, se levarmos em conta a esfregada que ele dá na cantora...

Algumas músicas que estão na trilha sonora de “Shine a Light” infelizmente não estão no filme. É o caso de “I’m Free” e “Paint it Black”. Eles poderiam ter tirado a cansativa “(I Can’t Get No) Satisfaction”. Mas há ótimas músicas no repertório que fogem dos ‘hits’ padrões. Antes de começarem a bela “As Tears Go By”, Jagger conta que fizeram a música há muito tempo e logo após comporem a canção tiveram vergonha dela, deixando-a na gaveta por um tempo.

Richards assume o microfone em duas canções, “You Got the Silver” e “Connection”. Felizmente durante a segunda música há inserções de entrevistas cortando a apresentação, já que como cantor, Richards é um ótimo... fumante. Aliás, assistindo ao vídeo dá pra ver quem realmente é ‘O’ guitarrista dos Rolling Stones. Richards pode ser um grande compositor, mas no palco, ao vivo, Ron Wood rouba a cena, mesmo com menos holofotes sobre ele.

Apesar de ser chamado e divulgado como documentário, não há quase nada que possa qualificar “Shine a Light” assim. De entrevistas há apenas alguns trechos curtos, de material muito antigo, do inicio do grupo e dos anos 70. Entrevistas recentes ou cenas dos integrantes nos bastidores, praticamente nenhum, fora o que é mostrado logo no início. É um bom filme para quem gosta de Stones e se interessa por música, mas poderia ter sido muito melhor.