9.4.08

Rolling Stones - Shine a Light

Faltou Brilho
Estreou nos cinemas brasileiros na última sexta-feira, 04, o tão comentado documentário “Shine a Light”, sobre os Rolling Stones. Dirigido por Martin Scorsese, o filme traz uma apresentação do lendário grupo inglês no Beacon Theatre, em Nova York, gravado em 2006, durante a turnê “A Bigger Band”.

Logo no início do filme são mostrados pequenos desentendimentos entre o diretor do longa-metragem e os integrantes do grupo. Primeiro é Mick Jagger que questiona e reclama sobre o palco, depois é Scorsese quase desesperado tentando conseguir do grupo a lista com o repertório das apresentações, para que seja feita a marcação das câmeras. A lista só aparece na mão do diretor momentos antes do grupo subir ao palco.

Após uma apresentação feita pelo ex-presidente Bill Clinton, os Stones começam o show com o clássico “Jumpin’ Jack Flash” e na tentativa de dar a sensação de movimento ao vídeo, Scorsese escolhe os cortes rápidos de câmera, o que mal deixa o espectador ‘perceber’ a cena. Esse tipo de recurso é muito usado em diversos DVDs de shows e sempre cansa.

Conforme o show vai se desenvolvendo os enquadramentos também mudam. Dos quadros fechados e cortes rápidos para planos mais abertos e cortes lentos, o que proporciona maior possibilidade de perceber os detalhes da imagem, do local e dos próprios músicos.

Jack White, vocalista e guitarrista do grupo White Stripes, é o primeiro convidado a subir ao palco. Com a expressão de criança feliz que ganhou presente do Papai Noel, White canta e toca violão com o grupo em “Loving Cup”. E o músico não fez feio. O segundo convidado é o guitarrista ícone do Blues Buddy Guy. Junto com os Stones, Buddy toca “Champagne & Reefer”, clássico de Muddy Waters. Ao final da música Keith Richards lhe dá de presente a guitarra que estava usando.

A terceira participação especial pode deixar alguns fãs desconfiados. Trata-se da cantora Christina Aguilera. Que a cantora tem uma voz forte, isso é verdade, mas sua participação em “Live With Me” é descartável. Parece que Jagger gostou, se levarmos em conta a esfregada que ele dá na cantora...

Algumas músicas que estão na trilha sonora de “Shine a Light” infelizmente não estão no filme. É o caso de “I’m Free” e “Paint it Black”. Eles poderiam ter tirado a cansativa “(I Can’t Get No) Satisfaction”. Mas há ótimas músicas no repertório que fogem dos ‘hits’ padrões. Antes de começarem a bela “As Tears Go By”, Jagger conta que fizeram a música há muito tempo e logo após comporem a canção tiveram vergonha dela, deixando-a na gaveta por um tempo.

Richards assume o microfone em duas canções, “You Got the Silver” e “Connection”. Felizmente durante a segunda música há inserções de entrevistas cortando a apresentação, já que como cantor, Richards é um ótimo... fumante. Aliás, assistindo ao vídeo dá pra ver quem realmente é ‘O’ guitarrista dos Rolling Stones. Richards pode ser um grande compositor, mas no palco, ao vivo, Ron Wood rouba a cena, mesmo com menos holofotes sobre ele.

Apesar de ser chamado e divulgado como documentário, não há quase nada que possa qualificar “Shine a Light” assim. De entrevistas há apenas alguns trechos curtos, de material muito antigo, do inicio do grupo e dos anos 70. Entrevistas recentes ou cenas dos integrantes nos bastidores, praticamente nenhum, fora o que é mostrado logo no início. É um bom filme para quem gosta de Stones e se interessa por música, mas poderia ter sido muito melhor.

2 comentários:

Bel Gasparotto disse...

Já disse que gostei da resenha, esqueci de comentar outro detalhe. No início, os cortes rápidos incomodam. Mas lá pra apresentação do Buddy Guy tem uns cortes tão lentos que incomodam também.

Diria que foi uma direção um tanto estranha...

Beijão, Du!

disse...

Olha que eu nem sou fã, mas Christina Aguilera? Pqp!

Edu! Saudade de ti, eu além de andar fora do mundo virtual mto mais tempo do que gostaria, ainda estamos nos desencontrando. Quando estou aqui, nunca estás aí. :(