Crise no jornalismo, fim do jornal diário impresso... será que essa é a questão principal? Eu não leio jornal. Sim, eu estudo jornalismo mas não leio jornal. Simplesmente não gosto. Mas não acho que essa seja a crise do jornalismo, se determinada mídia vai desaparecer amanhã ou nos próximos dez anos. A crise é do JORNALISTA. De que adiante você ser imparcial, isento, saber todas as técnicas de redação, diagramação, edição, falar fluentemente, mas na cabeça o que você leva?
No meu curso temos tudo que é possível ter em termos de técnicas. Mas acho que falta conteúdo intelectual. Ou isso não é importante para a formação de um jornalista? É importante ler todos os jornais da região, assistir aos telejornais, ouvir rádio, ler revistas semanais... Pra mim não é só isso. De que adianta você saber do novo ataque israelense aos palestinos se você nem tem idéia do porquê desse conflito?
O jornalista não tem que ser sociólogo? Tudo bem, não precisa. Mas precisa sim saber mais do que como escrever o 'lead' perfeito, qual a diferença entre artigo, matéria, perfil, Stand Up, Link, etc...
Ou simplesmente eu estou no lugar errado.
6 comentários:
Edu,
É por isso que questiono os professores. Todos olham com um saudosismo danado para o passado, e cobram da gente conhecimento que eles adquiriram vivendo na pele.
Complicado colocar na balança conteúdo programático x experiência.
Êeeeeeee!!!! Amei, amei, amei que tenha reativado o Sanctuarium!!!!!
Putz, esse texto me faz lembrar uma das primeiras aulas do Robertão...
Lembra? Ele falou mais ou menos assim: "Um bom jornalista tem que ler pelo menos 3 jornais por dia, no mínimo 1 jornal internacional, em torno de 4 a 5 revistas por semana, uns 7 ou 8 livros por mês".
"Ah, me desculpa, professor, mas quem tem tempo pra tudo isso é, no mínimo, um desocupado...", palavras da Ana.
O exagero dos números, contudo, é o que menos importa. Sim, concordo com ele, agora. Acho que ninguém consegue ter censo crítico sem ler, ler e ler muuito.
E ainda digo que devemos ir ao cinema, ao teatro, viajar, ouvir belas músicas (Rock e MPB, né, Dú?), visitar museus, galerias de arte, torcer por nosso time do coração ao vivo, num estádio lotado, gritando até ficar sem voz.
Putz, ser jornalista é uma delícia!, huahua...
Faculdade? Ah, desculpa, se não fosse essencial ter um diploma debaixo do braço, acho que ninguém estudaria nada. Pra ser sincera, sempre achei que a Metô deixava a desejar em termos de "comprometimento". Não sei se essa é a melhor palavra, porque até acredito que os professores tenham boa vontade. O lance não é esse. Sei lá, acho que são todos excelentes, profissionais de altíssimo nível. E daí? São bons no papel e talvez atuando na área de formação. Mas como professores, são meros professores. São medíocres. Parecem cansados, apáticos. Ensinam o básico e não vão além.
Culpa nossa também? Concordo.
Talvez seja esse o motivo da "crise do jornalista". A faculdade ensina o be-á-bá, e a gente fica só nisso.
O comodismo é o que nos mata.
Beijo, Thá..
Eduardo, gostei disso que você escreveu. E pensando assim você está no lugar certo sim: no jornalismo e no TDM -> ;)
Sobre o comodismo, Thá: ele mata qualquer profissional, em qualquer área. A faculdade é só o primeiro passo dentro de uma profissão, qualquer que seja ela. O que mata também é que muitos não pensem assim e o resultado são profissionais medíocres...
Du,
falta bagagem pra galera, sem dúvida. acho que posso opinar por que já vivi um bocado. não vi de tudo, mas tempos atrás decidi largar o Mega Drive (nem tinha Playstation na época) e ir respirar a vida onde ela realmente acontece: nas ruas. aí então, na aula, dou aquela olhada para cada um. a maioria com olhinhos assustados diante da vida que os espera. eles não têm culpa, Du, não têm culpa....
talvez o lugar é que esteja errado em você... tente tirar o máximo de conhecimento que esse curso pode te oferecer, o resto é com você mesmo! não se revolte por isso não ser colocado no curso, fique feliz por ter esse pensamento e ser capaz de ser 'auto-didata' para ter um algo-a-mais. pq na facul só aprendemos a ser iguais, ninguém nos diz que temos que ter um diferencial. a gente é que tem que aprender, nem que seja na marra...
vc não tá no lugar errado. simplesmente porque pensa assim. ;)
A minha vida toda quis fazer jornalismo... Mudei de idéia na reta final. Vou prestar vestibular para Ciências Sociais.
Um dos motivos, inclusive, é o que você diz ai no post.
Gostei.
Abraço.
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