27.3.07

Crise no Jornalismo?

Crise no jornalismo, fim do jornal diário impresso... será que essa é a questão principal? Eu não leio jornal. Sim, eu estudo jornalismo mas não leio jornal. Simplesmente não gosto. Mas não acho que essa seja a crise do jornalismo, se determinada mídia vai desaparecer amanhã ou nos próximos dez anos. A crise é do JORNALISTA. De que adiante você ser imparcial, isento, saber todas as técnicas de redação, diagramação, edição, falar fluentemente, mas na cabeça o que você leva?

No meu curso temos tudo que é possível ter em termos de técnicas. Mas acho que falta conteúdo intelectual. Ou isso não é importante para a formação de um jornalista? É importante ler todos os jornais da região, assistir aos telejornais, ouvir rádio, ler revistas semanais... Pra mim não é só isso. De que adianta você saber do novo ataque israelense aos palestinos se você nem tem idéia do porquê desse conflito?

O jornalista não tem que ser sociólogo? Tudo bem, não precisa. Mas precisa sim saber mais do que como escrever o 'lead' perfeito, qual a diferença entre artigo, matéria, perfil, Stand Up, Link, etc...

Ou simplesmente eu estou no lugar errado.

6 comentários:

Ana Raquel disse...

Edu,

É por isso que questiono os professores. Todos olham com um saudosismo danado para o passado, e cobram da gente conhecimento que eles adquiriram vivendo na pele.

Complicado colocar na balança conteúdo programático x experiência.

Anônimo disse...

Êeeeeeee!!!! Amei, amei, amei que tenha reativado o Sanctuarium!!!!!
Putz, esse texto me faz lembrar uma das primeiras aulas do Robertão...
Lembra? Ele falou mais ou menos assim: "Um bom jornalista tem que ler pelo menos 3 jornais por dia, no mínimo 1 jornal internacional, em torno de 4 a 5 revistas por semana, uns 7 ou 8 livros por mês".
"Ah, me desculpa, professor, mas quem tem tempo pra tudo isso é, no mínimo, um desocupado...", palavras da Ana.
O exagero dos números, contudo, é o que menos importa. Sim, concordo com ele, agora. Acho que ninguém consegue ter censo crítico sem ler, ler e ler muuito.
E ainda digo que devemos ir ao cinema, ao teatro, viajar, ouvir belas músicas (Rock e MPB, né, Dú?), visitar museus, galerias de arte, torcer por nosso time do coração ao vivo, num estádio lotado, gritando até ficar sem voz.
Putz, ser jornalista é uma delícia!, huahua...
Faculdade? Ah, desculpa, se não fosse essencial ter um diploma debaixo do braço, acho que ninguém estudaria nada. Pra ser sincera, sempre achei que a Metô deixava a desejar em termos de "comprometimento". Não sei se essa é a melhor palavra, porque até acredito que os professores tenham boa vontade. O lance não é esse. Sei lá, acho que são todos excelentes, profissionais de altíssimo nível. E daí? São bons no papel e talvez atuando na área de formação. Mas como professores, são meros professores. São medíocres. Parecem cansados, apáticos. Ensinam o básico e não vão além.
Culpa nossa também? Concordo.
Talvez seja esse o motivo da "crise do jornalista". A faculdade ensina o be-á-bá, e a gente fica só nisso.
O comodismo é o que nos mata.
Beijo, Thá..

Anônimo disse...

Eduardo, gostei disso que você escreveu. E pensando assim você está no lugar certo sim: no jornalismo e no TDM -> ;)

Sobre o comodismo, Thá: ele mata qualquer profissional, em qualquer área. A faculdade é só o primeiro passo dentro de uma profissão, qualquer que seja ela. O que mata também é que muitos não pensem assim e o resultado são profissionais medíocres...

Bruno Sobrante disse...

Du,

falta bagagem pra galera, sem dúvida. acho que posso opinar por que já vivi um bocado. não vi de tudo, mas tempos atrás decidi largar o Mega Drive (nem tinha Playstation na época) e ir respirar a vida onde ela realmente acontece: nas ruas. aí então, na aula, dou aquela olhada para cada um. a maioria com olhinhos assustados diante da vida que os espera. eles não têm culpa, Du, não têm culpa....

Louise Emille disse...

talvez o lugar é que esteja errado em você... tente tirar o máximo de conhecimento que esse curso pode te oferecer, o resto é com você mesmo! não se revolte por isso não ser colocado no curso, fique feliz por ter esse pensamento e ser capaz de ser 'auto-didata' para ter um algo-a-mais. pq na facul só aprendemos a ser iguais, ninguém nos diz que temos que ter um diferencial. a gente é que tem que aprender, nem que seja na marra...

vc não tá no lugar errado. simplesmente porque pensa assim. ;)

Anônimo disse...

A minha vida toda quis fazer jornalismo... Mudei de idéia na reta final. Vou prestar vestibular para Ciências Sociais.
Um dos motivos, inclusive, é o que você diz ai no post.

Gostei.
Abraço.