14.11.07

Na Imensidão Branca

Era tão branco, tão delicado e sua textura era tão suave que por alguns instantes nada mais importava. Ele não precisava de mais nada, só precisava e só queria ficar ali, olhando bem de perto. O calor que dali emanava chegava até seus lábios, mesmo sem que ele tocasse. Aquele calor era o seu ar, seu alimento. Ele sentia que entrava em sua pele, em seu sangue, e corria por todo o seu corpo. Era ao mesmo tempo o veneno que o matava e o elixir que lhe trazia vida.

A impressão era de que se ele tocasse poderia macular aquele branco, aquele ar de pureza, de sagrado. O simples toque era cheio de reverência, de respeito e de vontade.

Não existia mais o tempo. Se os minutos passavam ou se o tempo estava congelado não fazia diferença. Assim como não importava o que se passava com o mundo que girava ao redor. Existia um outro mundo? Existia algo além daquele branco e daquele calor?

Ele abriu os olhos e viu que existia e eram duas pequenas marcas escuras na imensidão daquele branco.

2 comentários:

Anônimo disse...

A ilusão de existir uma realidade paralela onde o tempo e as pessoas não interfiram é doce!

Gostei do texto!

Thaína Parma disse...

Devaneios e alucinações me inspiram.
Gostei, Edu.

Beijos!