Era tão branco, tão delicado e sua textura era tão suave que por alguns instantes nada mais importava. Ele não precisava de mais nada, só precisava e só queria ficar ali, olhando bem de perto. O calor que dali emanava chegava até seus lábios, mesmo sem que ele tocasse. Aquele calor era o seu ar, seu alimento. Ele sentia que entrava em sua pele, em seu sangue, e corria por todo o seu corpo. Era ao mesmo tempo o veneno que o matava e o elixir que lhe trazia vida.
A impressão era de que se ele tocasse poderia macular aquele branco, aquele ar de pureza, de sagrado. O simples toque era cheio de reverência, de respeito e de vontade.
Não existia mais o tempo. Se os minutos passavam ou se o tempo estava congelado não fazia diferença. Assim como não importava o que se passava com o mundo que girava ao redor. Existia um outro mundo? Existia algo além daquele branco e daquele calor?
Ele abriu os olhos e viu que existia e eram duas pequenas marcas escuras na imensidão daquele branco.
2 comentários:
A ilusão de existir uma realidade paralela onde o tempo e as pessoas não interfiram é doce!
Gostei do texto!
Devaneios e alucinações me inspiram.
Gostei, Edu.
Beijos!
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