27.12.07

Vamos ao Cinema? - II Eu Fui

O último texto me deixou com vontade de ir ao cinema. E depois da tentativa frustrada, fui sozinho mesmo, afinal sempre foi assim. Logo ao chegar na bilheteria me lembrei que além de não gostar de cinema cheio por causa do falatório e da pipoca, acabo me sentindo mal por ser o 'número ímpar' do local. De um lado, par, do outro, pares. Pura inveja, confesso. É, tem alguma coisa muito errada comigo. Vou procurar o telefone da minha professora de psicologia...

Comprado o ingresso para assistir "Amor nos Tempos do Cólera", fui dar uma volta no templo do consumismo desenfreado. Infelizmente não há mais por aqui salas de cinema que não façam parte do maldito monopólio que acabou com os cinemas de rua. Quarta-feira, no meio das férias, o local estava cheio. Fui tomar alguma coisa porque ainda sou filho de Deus, e dizem que Deus dará.

Chopp em copo de plástico é um crime, mas não tinha muita opção. Copo na mão, livro na outra -é, fui acompanhado de um livrinho - encontrei um local para sentar e aguardar a sessão após uns 10 minutos perambulando pela praça de alimentação. Mesa vazia, saí quase correndo.

Acomodado no meu canto percebo na mesa da frente três meninas e um cara. Eles estavam olhando pra mim. A primeira reação e dar aquela olhada e ver se não derrubou nada na roupa, se não está com bigode de chopp, etc. Mergulhei no meu copo e no livro enquanto as pessoas tristes ficavam felizes gastando dinheiro ou simplesmente trocando os presentes natalinos.

Eis que de repente, não mais que de repente, uma das meninas se levanta e vem em direção à minha mesa. Disfarçadamente olhei pro lado tentando ver se não tinha nada atrás de mim. Enquanto ela caminhava em minha direção com um sorriso no rosto pensei "o que tá acontecendo? Ela vai me pedir algo". Dito e feito.

Toda simpática a mocinha de lisos cabelos claros disse: "Oi, você vai usar essas cadeiras?". Respondi que não. "Posso pegar? As duas, tudo bem?" Claro, moça, claro... mas bem que você poderia sentar aqui comigo. Obviamente essa última frase não saiu da garganta e a moça voltou toda formosa para sua mesa com as cadeiras.

Bom, o filme é simplesmente maravilhoso e traz a histótia do livro homônimo de Gabriel Garcia Marquez. Confesso na minha grande ignorância que não li o livro, mas vou ler. Trata-se da história de um amor que se manteve vivo por 53 anos, até que no final o encontro de almas e corpos é consumado. Ah não vou contar aqui não. Mas vale muito a pena assistir. Bom filme pra vocês.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ah, quero ver, Edu!
Saudade de você!!
Beijos, Xuxu ;)

Rodrigo disse...

Ah, de frases que não saem eu entendo muito bem... Texto gostoso de ler.
E quanto aos pares e a inveja, sim é essa a desvantagem de se ir ímpar ao cinema, fora isso, repito: é a melhor coisa. Fato.

Liz disse...

Não sou muito fã de cinema. Mas gosto de ir acompanhada pois preciso ter alguém pra comentar o filme na saída, mesmo que seja pra dizer que o filme é ruim.

Quanto ao Amor nos Tempos do Cólera, li o livro há alguns anos. É muito bom, recomendo a leitura. Também quero ver o filme.

disse...

Gostei mto do detalhamento, das minúcias... me lembrou a Amélie Poulain.

Um ano surpreendente pra vc. Bjs.