8.7.08

Sobre o assento reservado

Todo mundo que tem que pegar ônibus para se locomover sabe da tristeza que é a condução em qualquer cidade no horário de pico. Pela manhã, todos indo para o trabalho. À tarde, o povo voltando pra casa, ou indo para a escola. Já faz tempo que eu penso em escrever sobre isso aqui. Não sobre a dureza que é depender de transporte público. Isso não é novidade. O que mais me irrita, é algo que provavelmente vai fazer alguns dos meus seis leitores discordarem de mim.

Toda grande cidade tem leis municipais que garantem aos idosos acesso gratuito aos ônibus, assim como assentos reservados para os maiores de 60 anos. Acho isso muito importante, afinal, infelizmente, muitos idosos dependem apenas do transporte público. O problema é o seguinte: Por que todo velhinho quer andar de ônibus no horário de maior movimentação???

A porra do ônibus já funciona no limite de capacidade, já que o transporte público - em Santo André e na maioria das cidades brasileiras - não dá conta da quantidade de usuários, então por que, POR QUE, a velharada insiste em ir comprar pãozinho na hora do povo voltar do trabalho? Ou ir no bingo torrar a aposentadoria? Ou pega o ônibus, faz um sacrifício pra chegar até o fundo, pra descer dois pontos depois?

E vai você, com menos de 60 anos, sentar-se no banco reservado. Logo vem alguma vovózinha irritada e arrogante dizendo "dá licença que esse assento é meu". Percebam, "é meu". Acho que é necessário ter esses direitos reservados, mas não há paciência que agüente os vovôzinhos empacados no corredor do ônibus.

Não não, não me venha com aquele papo "um dia você também vai ficar velho". O problema não são os velhos, ou o assento, mas as atitudes.

3 comentários:

Mila disse...

O que me deixa igualmente puta da vida é velho em fila de banco. Ou melhor, não pegando fila de banco.
Fico eu lá, 40mins. em pé, cansada, às vezes com um sapato desconfortável, cheia de outras coisas pra fazer, mas esperando (im)pacientemente porque preciso pagar uma porcaria de um boleto. Aí, faltando uma pessoa para ser a minha vez, chega uma porcaria de um velho cheeeeeio de contas pra pagar, entra na minha frente e ainda fica horas no caixa.
Certeza que a família toda dá as contas da casa pro velho pagar, já que ele não pega fila.

*ai, que alívio! tempos que eu precisava desabafar sobre isso. rs*

Bjs

Bel Gasparotto disse...

Ahhh, como é bom conviver com alguém tão politicamente incorreto quanto eu, kkkk. E quando estamos voltando, com um monte de livros no braços? Aí, sei lá pq, cedemos o lugar pra algum bondoso velhinho que se senta e nem ao menos segura nossos livros????

Dá pra se revoltar mesmo, viu...

Beijão!

Anônimo disse...

Fico imaginando você velhinho, Edu. Vai ser ranzinza. Vai pegar o ônibus e pensar: "Vou tirar aquela mocinha com cara de sono do banco. Hehehe" ou "Deixa eu tirar aquele cabeludinho da folga. Pensa que a vida é só ficar ouvindo heavy metal e tomando cerveja quente? Vai ver só o que é bom pra tosse, vai ficar de pé"...

Os velhinos também podem ser politicamente incorretos!