11.1.08

Encontro

Não se lembrava quando tinham se visto pela última vez. Talvez há alguns anos atrás. Pareciam anos.

Mesmo parecendo uma cena clichê, ele a viu como se estivesse em camera lenta. Eram apenas uns poucos degraus. Cinco ou seis talvez. Mas desde o momento que ela apareceu e começou a descer vindo em sua direção, parecia que aquela era a maior escadaria que ele já tinha visto.

Por um instante ele se refugiou em poucas lembranças do passado e não conseguiu olhar em seus olhos, como ele sempre gostava de fazer. Sentiu-se quase como que proibido de olhá-los. Preferiu imaginar que eles estavam sorrindo para ele, assim como foi um dia.

A blusa clara - era creme? - combinava com sua pele. Ele sempre achava que tudo combinava. Achou linda sua saia longa e o modo que o vento e seus passos moldavam ondas no tecido. Era como se ela estivesse flutuando.

Poucas palavras, quase como se tivessem sido escolhidas para manter uma distância. Mas na verdade tudo que ele queria era a aproximação. Foi rápido. Na despedida pensou em pedir um abraço. Ele só precisava sentir o abraço.

Não falou, mas ela deve ter ouvido o pedido mesmo assim ou talvez, quem sabe, ela também quisesse. Abraçaram-se mas mesmo assim ele sabia que aquele não era o abraço dela. Ele já tinha experimentado o calor de estar encostado em seu peito, envolvido em seus braços.

Sem mais, despediram-se.

2 comentários:

disse...

Os abraços são totalmente reconhecíveis por quem é minimamente sensível, bem como os beijos, os sorrisos etc. E esse etc quer dizer mta, mta coisa.

Bjs, mocinho.

disse...

Nós não somos complicadas não... somos apenas exigentes. :D

E confesso, como já deves ter notado, que não gosto mto de histórias com finais felizes. Sei lá pq... talvez me lembrem novelas da globo ou algo que o valha. rs. Mas vou pensar num final praqueles dois e vou ver se acho um final relativamente feliz, em tua homenagem. ;)

A propósito, estive pensando... quem achou quem? Tu lembras? Eu te comentei antes, ou foste tu? Eu gosto de lembrar dessas coisas, às vezes.

Bjs, moço, e obrigada pelo desejo de boa sorte. Mas vou tentar não sumir não.