26.1.08

No Plano Astral

Como as coisas tinham mudado em sua vida nos últimos anos! "Agora é uma nova vida", ela pensou enquanto esperava, encolhida na cama, Morfeu levá-la para algum lugar onde ela poderia viver seus desejos. Não que ela tivesse problema com eles, ela já tinha dominado ou aprendido a conviver com quase todos. Quase todos. Justamente um, apenas um, ela queria tanto dominar e não conseguia. Ou no fundo não queria.
Ela dispensou o namorado cedo e foi pra cama. Às vezes ela mesma se perguntava o que estava fazendo com aquele cara, já que não era com ele que se encontrava em seus sonhos. Ela sabia onde encontrar essa pessoa, mas o orgulho sempre foi o que ela teve de mais marcante. E sempre foi isso que atrapalhou sua vida.
Quanto tempo ela ainda precisaria para esquecê-lo? Quanto tempo até que eles se encontrassem de novo? Pelo menos, enquanto esse dia não chegava, ela dormia cedo, tentando assim ter mais tempo para caminhar pelas trilhas do sono e do plano astral. Pelo menos lá, no limite do sonho e do real, da vida e da morte, eles poderiam se encontrar.

Sleep and his-half brother Death - John William Waterhouse - 1874

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Na vitrola A Deeper Kind of Slumber - Tiamat

2 comentários:

Anônimo disse...

Morfeu, meu preferido entre os gregos! Zeus sabe o quanto Morfeu é importante pra quem sonha até sem estar dormindo!!!

Não tinha visto que eu estou "linkada" aí do lado, que chique, thanks!!!

disse...

Esse texto me lembrou Sandman (até onde eu li, que foi bem pouco. Infelizmente). Adorei a combinação entre a tela e o texto. Bonito, moço. Bem bonito.